ITAIPU BINACIONAL - TURISTANDO
Através de três passeios diferentes - Visita Panorâmica, Ecomuseu e Refúgio Biológico, é possível compreender e contemplar a engenhosidade desta obra que mudou não apenas o curso do Rio Paraná, mas a história do Brasil e Paraguai. Créditos da Foto: Kiko Sierich.

Muito mais que a maior usina do mundo em geração de energia, a Itaipu Binacional encanta não só pela grandiosidade do empreendimento e maestria do planejamento, mas também por ser vanguardista nas questões sociais e ambientais.
Em acordo entre o Brasil e Paraguai, em 1973, os dois países assumiram a missão de produzir energia e trazer desenvolvimento, tecnologia e inovação. Dez anos depois, iniciou-se a operação das turbinas que, desde então, segue batendo recordes.
Nós, da equipe dos hotéis Viale, trazemos em primeira mão a experiência oferecida aos turistas, com dicas e informações que podem ser relevantes no planejamento da sua viagem. Iremos abordar o Ecomuseu, a Visita Panorâmica e o Refúgio Biológico. Outros passeios, como a Visita Técnica, estão desativados no momento.
E a novidade, Itaipu by Bike, já está aberta aos finais de semana para os ciclistas de plantão e está com grande adesão, portanto, cheque a disponibilidade de datas com antecedência.
INGRESSOS
Para contratar qualquer um dos passeios, é preciso agendar pelo site: https://ingressos.turismoitaipu.com.br/, marcando a data e o horário e realizando o pagamento.
No dia, é só apresentar o número do protocolo e retirar os ingressos no Centro de Recepção aos Visitantes, que fica localizado logo antes da barreira de segurança, na Av. Tancredo Neves, 6702.
Tudo é muito bem sinalizado e fácil de entender. O carro é deixado no estacionamento, que custa R$20 pelo dia todo e pode ser pago no guichê na hora da saída. O Centro de Recepção funciona até as 18h.
ECOMUSEU
Nosso passeio começou pelo Ecomuseu, que fica aberto das 10h às 17h e é localizado um pouco antes do Centro de Recepção aos Visitantes, do outro lado da rodovia. Como ele possui estacionamento próprio, deixamos o carro e retiramos o nosso primeiro ingresso por lá mesmo, o que economizou tempo.
Também guardamos nossos pertences em um guarda-volumes na entrada, ao lado dos sanitários, pois não é permitido entrar com bolsas ou malas. Celulares, câmeras, etc. estão liberados.
O Ecomuseu abriga diversos elementos históricos do processo de implementação da usina, desde a linha do tempo que aborda as cinco fases da construção, até maquetes sobre a geografia da região.
Há também um mural que homenageia os milhares de trabalhadores que passaram pelo gigantesco empreendimento e uma réplica em tamanho real de um gerador que funciona de verdade.
Uma das novidades mais interessantes é a Ciência na Esfera, uma apresentação pedagógica que ocorre a cada 20 minutos. A aula se dá a partir de projeções animadas sobre um globo de fibra de carbono de 1,7m de diâmetro.
A ferramenta foi desenvolvida pela Agência Americana de Oceanos e Atmosfera para fins educacionais e é a terceira da América Latina (as outras ficam em Bogotá e na Universidade de São Paulo – USP).
Em outra sala, uma maquete gigante de 76 metros quadrados permite aos turistas caminhar por cima da fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina. Sendo um dos maiores do país, o modelo exibe o relevo de uma área equivalente a 48 mil metros quadrados em uma escala 25 mil vezes menor que a original.
A maquete está instalada sob um piso de vidro de três centímetros de espessura, cuja estrutura completa chega a seis toneladas. Tudo é iluminado por milhares de luzinhas de led, o que cria uma visão bem impressionante.
Também ficam expostos objetos escavados durante a construção, assim como pedras e animais que integram o bioma da região. E uma das exibições explica a evolução dos indivíduos desde a época tribal até a primeira avenida da cidade, passando pelas ocupações jesuítas e aprimoramento do transporte fluvial.
Por fim, uma exibição temporária sobre a passagem de Santos Dumont por Foz do Iguaçu. Para quem não sabe, foi ele o responsável pela desapropriação das terras das Cataratas do Iguaçu, tornando-as patrimônio da humanidade. A mostra conta com jornais antigos, móveis da época e alguns de seus inventos apresentados de forma lúdica.
Saindo do Ecomuseu, é necessário fazer a volta para voltar na autoestrada para o Centro de Recepção aos Visitantes da Itaipu. Um pouco antes da Barreira de Segurança, é a segunda entrada à direita.
Uma curiosidade interessante: existem duas barreiras, sendo uma no Brasil e outra no Paraguai. Do lado de lá, o território é neutro, ou seja, não está sob jurisdição de nenhum deles. Foi decidido desta maneira por questões alfandegárias, pois muitos dos materiais precisam ir de um lado para o outro e seria muito burocrático e pouco produtivo se tivessem que ser fiscalizados o tempo todo.
VISITA PANORÂMICA
Ao estacionar o carro, nós recebemos um cartão com código de barras que deverá ser pago no guichê e apresentado na saída. Logo na entrada, um funcionário nos recepciona, seja para retirar os ingressos, seja para dar instruções. No Centro de Recepção aos Visitantes há restaurante, café, banheiros e loja.
Para entrar na área de embarque é necessário passar por um detector de metais. Ambos os passeios, Visita Panorâmica e Refúgio Biológico saem do mesmo local e são muito pontuais, então, é importante cuidar do horário.
A Visita Panorâmica, como o nome já diz, é realizada através de um ônibus panorâmico que nos leva por dentro da usina, passando pela estrutura de concreto, pelo vertedouro, pela barragem e pelos geradores, parando em alguns pontos para fotos.
Agora na pandemia, apenas a parte de cima, que é aberta, está liberada, de forma que cada passeio comporta um número muito menor de pessoas, o que é vantajoso no quesito segurança, porém demanda uma organização maior, já que as vagas acabam mais rápido. Outra dica importante: no frio, leve um blusa quentinha e, dependendo do clima, até uma jaqueta impermeável/capa de chuva.
Na entrada da usina, observamos que tudo é muito seguro e altamente controlado. Durante o percurso, uma guia conta curiosidades interessantes sobre o planejamento e construção, assim como os projetos envolvidos. A impressão que fica do empreendimento é que ele foi realizado com muito estudo e engenhosidade para que tudo fosse aproveitado da maneira mais completa possível.
O vertedouro, ao contrário do que se pensa, fica aberto pouquíssima parte do tempo, apenas quando o rio está com o volume alto. Ali é o primeiro ponto para fotos. Depois, o ônibus passa bem perto da barragem de concreto e dos canos que, de perto, se mostram imensos.
Na verdade, é tudo muito grande e impressionante e a sensação predominante é de entusiasmo por um projeto tão incrível ter sido pensado e executado por mãos humanas. Depois, subimos até o topo para ver a represa.
O passeio dura cerca de uma hora e é bem pontual, o que é importante, já que a maioria dos turistas quer fazer todos passeios todos em um mesmo dia. De volta ao Centro de Recepção ao Visitante, a recomendação é que tenhamos nossa própria garrafa de água (que pode ser adquirida ali mesmo), pois no Refúgio Biológico há pontos de reabastecimento por toda a trilha.
REFÚGIO BIOLÓGICO
Saímos do mesmo ponto, mas dessa vez, em uma carreta. O meio de transporte também é aberto e, por isso, a dica para dias frios é a mesma: levar uma blusa, pois passamos pelo menos 50 minutos (ida e volta) no vento.
Durante todo o trajeto, o guia vai contando sobre o projeto de reflorestamento, do cuidado em manter a mata nativa e das espécies que podem ser encontradas na região.
O Refúgio Biológico é muito bonito, repleto de verde e água, extremamente organizado, pois é dali que saem as sementes, os alimentos para os animais e as plantas ornamentais que abastecem todo o complexo da usina. Quando uma planta se mostra meio doente, é para lá que ela vai para receber o devido cuidado.
A trilha para ver os animais é arborizada e muitas das espécies estão devidamente sinalizadas com plaquinhas. É tudo muito bem cuidado e a estrutura, impecável, pois há pontos de reabastecimento de água e banheiros em diversos locais, o que faz do percurso bem tranquilo e propício para todos os tipos de público.
Todos os animais que ali estão vieram de resgates e muitos possuem algum problema que os impediria de sobreviver de volta à natureza. Há mamíferos, aves, anfíbios e repteis, inúmeras espécies interessantes e até pouco conhecidas.
O ponto alto no fim da trilha são os jacarés e a onça pintada, que atualmente é um macho. Por todo o passeio, vamos recebendo informações do guia, que é biólogo, e consegue sanar qualquer dúvida.
É realmente um passeio muito interessante, educativo, e em muitos casos, fofo (nós amamos as corujinhas). Dura cerca de 2 horas e meia e termina novamente no Centro de Recepção ao Visitante, de onde podemos pegar o carro e voltar para a cidade.
Para reservas, horários e valores, favor consultar o site de turismo da Itaipu através do link:
https://ingressos.turismoitaipu.com.br/
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